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Dinheiro também é assunto para elas



Quem nunca ouviu falar que as crianças de hoje são o futuro de amanhã? Pois bem, crianças que aprendem o real valor do dinheiro, que têm consciência e vivenciam a realidade econômica que as cercam tendem a fazer as melhores escolhas no futuro, tornando-se adultos mais preparados para administrar suas finanças, serem empreendedores e até mesmo se saírem melhor durante as crises econômicas. Esse aprendizado está no campo da educação financeira, um conceito que enfrenta a desconfiança de muitos pais e luta para ingressar nas salas de aula da nossa cidade.
"Os pais ficam desconfiados do porque a escola quer ensinar isso aos seus filhos. E as escolas ficam receosas de abordarem esses temas em seus conteúdos por causa da reação dos pais", afirma o consultor Carlos von Sohsten, um defensor da educação financeira nas salas de aula. Segundo ele, "a verdade" é que a forma como se utiliza o dinheiro pode ser um tema cercado de tabus, porque ter esse conhecimento faza criança ser um vigilante dentro de casa e questionar os hábitos de compra dos pais, que não querem ser confrontados. "Dinheiro é sim assunto de criança, ma
s os pais não devem estressá-las emocionalmente com isso", explicaSohsten é autor do livro "Berço de Ouro - Criança bem educada cresce rica e feliz", um guia orientador para pais, com dicas e esclarecimentos sobre atitudes positivas para a educação financeira de seus filhos. Ele frisa que educação financeira não é o estímulo à riqueza, mas sim da economia doméstica e valorização do esforço para se obter algo, tendo o dinheiro como um meio de troca. Ele defende que, se todos gastam de forma desenfreada, não há crescimento. "Mas se ocorre o contrário, a riqueza é infinita, porque o dinheiro investido gera mais riqueza e isso leva a um fluxo de prosperidade", ensina.
Consultor diz que pais resistem à ideia
O presidente do Conselho Regional de Economia (Corecom/RN), Janduir Oliveira, afirma que a grande proposta da educação sobre o dinheiro consiste em ensinar a administrar os pequenos recursos nahora da necessidade. "É fundamental ensinar a importância e o valor daquele gesto. 'Estou lhe dando esse dinheiro, mas você tem que administrar seus gastos porque só receberá novamente daqui a um mês'", ensina. Ele orienta que o ideal é planejar com a criança em que ela poderá gastar aquele dinheiro, porque inicialmente para ela não fará diferença se recebeu R$ 10 ou R$ 100. "É preciso que ela aprenda essa diferença, que tenha discernimento se a compra vale a pena", diz Janduir.Em casa, as lições são repassadas para a filha Iasmim, de 16 anos. "É um exercício difícil, que exige paciência, mas temos que demonstrar que o dinheiro é limitado e que há coisas que são necessárias e outras apenas desejadas. Uma das regras da casa é que ela não pode dar de presente para alguém algo que ela não tenha ou que não tenha conseguido comprar para si, porque muitas vezes o que ela quer está muito além do que deveria ser".
fonte: diario de natal

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