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Marinha encontra mais seis corpos do AIR France.


SÃO PAULO (Reuters) - A Marinha francesa resgatou na sexta-feira mais corpos de vítimas do acidente com o avião da Air France que caiu no oceano Atlântico. Autoridades brasileiras disseram que seriam mais seis corpos recolhidos, o que elevaria o total para 50, mas só divulgarão a quantidade exata quando eles forem transferidos para um navio da Marinha do país.
A Marinha não soube precisar onde esses corpos foram recolhidos.
"Temos conhecimento de que existem mais seis corpos a bordo do navio anfíbio Mistral", disse o comandante do 3o Distrito Naval, vice-almirante Edison Lawrence, em entrevista coletiva no Recife. Ele acrescentou que os corpos podem ter sido recolhidos de quinta para sexta-feira.
Em comunicado, Aeronáutica e Marinha informaram que as condições meteorológicas continuaram desfavoráveis para a realização das atividades. Nesta sexta-feira, aeronaves da FAB avistaram mais destroços do avião que fazia a rota Rio de Janeiro-Paris com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio.
Devido ao movimento das correntes marítimas, os aviões de busca visual da FAB foram deslocados para oeste do ponto de concentração inicial das buscas, a 850 km a noroeste de Fernando de Noronha, e conseguiram avistar diversos destroços.
"Direcionamos as buscas para os locais mais prováveis e já tivemos informação de avistamento de destroços, e os navios estão sendo direcionados para esse local", disse o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica, em entrevista no final da manhã.
Segundo o brigadeiro, "até o dia 20 ainda seria possível, teoricamente, encontrar (corpos)".
Ele afirmou que o planejamento das forças está pronto para continuar com as operações ao menos até o dia 25, mas ressaltou que a partir do dia 17 haverá uma reunião a cada dois dias entre Marinha e FAB para avaliar e decidir a continuidade das buscas.
"Quando não houver mais nenhuma possibilidade de encontrar corpos e despojos, somente aí é que as buscas serão encerradas...e passaremos a informação para as famílias."
Em nota, a Marinha informou que até o dia 11 de junho a soma dos dias de mar de todos os navios envolvidos na operação totaliza 56,5 dias. Foram navegadas 13.763 milhas (25.490 quilômetros), o que representa mais de três vezes a extensão da costa brasileira.
Os destroços visualizados nesta sexta-feira estão numa área de jurisdição do Brasil, e serão levados pelos navios ao Recife, onde já estão as primeiras partes da aeronave recolhidas do mar e que foram apresentadas pelas autoridades.
Todos os destroços ficarão à disposição da França, que é responsável pela investigação do acidente. No próxima dia 14, um técnico francês chegará ao Brasil para fazer uma perícia inicial das peças e avaliar se os destroços serão levados para a França ou se a perícia completa será realizada em território brasileiro.
Uma parte da cauda do avião encontrada no mar que é vista por especialistas como importante para a investigação também chegará ao Recife no dia 14, de acordo com a Marinha.
"Todos os destroços têm uma relevância muito grande, porque a análise deles permite aos investigadores identificar, ou pelo menos ter um auxilio para identificar, qual foi a causa do acidente", disse o brigadeiro Borges Cardoso.
Sobre a busca pelas caixas-pretas, que é realizada por um submarino nuclear francês, o brigadeiro disse não ter nenhuma novidade.
Seguindo uma orientação das autoridades brasileiras, a procura é realizada numa área de 65 a 70 km de raio a partir do local onde houve o último contato da aeronave antes do acidente, mesmo local onde se concentram as buscas por corpos e destroços. A profundidade na área é de cerca de 3.500 metros.
No Recife acontece a identificação dos primeiros 16 corpos resgatados. Segundo a Polícia Federal, não há previsão para o encerramento das identificações. Outros 25 corpos estão em Fernando de Noronha, onde passam por uma verificação preliminar, e mais três estão a bordo de um navio da Marinha.
Nesta sexta-feira, familiares de duas vítimas reuniram-se com autoridades da PF, da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e da polícia científica, que explicaram os motivos técnicos que não permitem que os familiares tentem realizar a identificação dos corpos, assim como dos pertences colhidos.
"Quanto à identificação dos corpos, o estado em que se encontram não garante que uma eventual indicação positiva por parte dos familiares seja conclusiva", disse a PF em comunicado.
"A tentativa da identificação de pertences e roupas das vítimas também não é possível, pois é inviável garantir que duas ou mais pessoas não estivessem trajando vestimentas semelhantes ou possuíssem pertences parecidos."
A PF acrescentou que "para auxiliar os trabalhos de identificação, foram solicitados os prontuários de identificação civil das vítimas às Secretarias de Segurança Pública dos respectivos Estados".
F: yahoo

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