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A polêmica da camisinha

A polêmica do uso de preservativo entre jovens e adolescentes chegou às escolas do Rio Grande do Norte. De um total de 18 instituições de Ensino Médio que receberam treinamento e capacitação sobre saúde e educação sexual com vistas a implantar o banco de disponibilização de preservativos, apenas a Escola Estadual Francisco Ivo Cavalcanti implementou o projeto que está em pleno funcionamento. Os 2.127 alunos da escola podem pegar 12 preservativos por mês junto à coordenação da escola de ensino, desde que seus pais assinem um termo. Escolas tradicionais como o Atheneu Norte-Riograndense simplesmente disseram não ao projeto, estabelecendo uma discussão: será que a disponibilização de preservativos nas escolas pode estimular o sexo precoce entre adolescentes?


Alunos da escola Francisco Ivo Cavalcanti, que dá cota de preservativos a estudantes do Ensino Médio autorizados pelos pais Fotos: D Luca /DN/D.A Press
Criado para atenuar a disseminação do vírus causador da Aids e o registro de casos de gravidez indesejada na adolescência, o banco de camisinhas é uma das ações do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas. A entrega de preservativos acontece em conjunto com a distribuição de cartilhas, e a conscientização dos pais, professores e alunos, além da assinatura de um termo de aceitação. Na Escola Estadual Francisco Ivo, referência na implantação do banco de preservativos, a incidência de gravidez entre adolescentes reduziu de um número de 15 meninas grávidas, em 2004, para apenas um caso no ano passado, segundo informou o coordenador do programa na escola, professor Jorge Magno da Costa.


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Onde é implantado, o programa tem participação ativa dos estudantes e professores do Ensino Médio. Eles formam um grupo de trabalho entre pares, com jovens educando jovens. O grupo repassa informações através de reuniões, oficinas e gincanas, em um trabalho de conscientização dos alunos sobre a necessidade de fazer sexo seguro usando o preservativo. "Já encontramos reação por parte de pais reclamando das camisinhas e da temática das aulas. Conscientizamos então que é melhor obter essas informações na escola do que de repente ele se deparar com uma filha grávida ou portando doença sexualmente transmissível", disse o aluno do terceiro ano do Ensino Médio, Josenildo Barreto, coordenador do grupo de alunos da escola.

O estudante Paulo Henrique Cadó, 15 anos e aluno do segundo ano, disse que depois que começou a participar do projeto conseguiu até melhorar o relacionamento com seus pais. Já a aluna Waleska Borges Brito, 18, do terceiro ano, também vê a distribuição de camisinha de forma positiva. "Acho importante, porque isso não é feito aleatoriamente, mas com a conscientização necessária".

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