Em pronunciamento realizado ontem na tribuna do Senado Federal, no qual reafirmou que não vai renunciar à presidência da Casa, o senador José Sarney (PMDB) apresentou números de atos secretos nos últimos 14 anos e responsabilizou a gestão do parlamentar Garibaldi Alves Filho (PMDB), compreendida entre os anos de 2007 e 2009, pela edição de 106 desses atos. O número faz do mandato do potiguar o segundo entre os dos ex-presidentes da alta câmara do Congresso Nacional com mais boletins não publicados, ficando atrás apenas da administração de Renan Calheiros (PMDB).
José Sarney mostra números de atos editados nos últimos 14 anos Foto: Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press |
Durante o pronunciamento, Sarney disse que a pressão de partidos e senadores não iriam fazê-lo deixar a cadeira. No discurso, o presidente da Casa, disse que "nenhum parlamentar é maior que o outro" e, por isso, não podem pedir a sua renúncia. O peemedebista também comentou sobre as representações e denúncias apresentadas ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado contra ele. Segundo o senador, há decisões judiciais que proíbem a abertura de processos no corpo deliberativo com base em denúncias publicadas pela imprensa. O presidente disse ainda que, assim como explicou a assessoria de Garibaldi, ele não foi responsável por todos os atos secretos descobertos pela administração do Senado, ao contrário do que foi noticiado nacionalmente.
Na tentativa de amenizar a pressão, Sarney apostou no comparativo dos números de boletins não publicados nos últimos 14 anos. Na primeira vez que respondeu pela presidência da Casa, em 1995, ele disse que apenas um ato secreto foi assinado. Já na segunda administração, o número subiu para 33. Nas duas gestões de Calheiros, foram 229. Já durante a presidência de Garibaldi, 106. Desde que o peemedebista voltou a ocupar a cadeira pela terceira vez, em fevereiro de 2009, nove boletins foram emitidos por Sarney sozinho e em conjunto com a mesa.
F:Diario de natal
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